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Abismo

by Ideocrime

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1.
Abismo 02:31
O abismo é estar sozinho e enfrentar a si mesmo! Quando começamos a fazer as coisas por nós próprios, o céu vem ao chão e os heróis passam a não fazer mais sentido. Passos inteiros dados na escuridão. Sozinho, a música dos mortos sempre me acompanha. Meus tormentos se perdem num insuportável silêncio. Um poço sem lamentações! Meus demônios se erguem em inefáveis ensejos até o fim! No abismo não há como descansar. No abismo não há como voltar. Eu aceito a alcunha de ser um herético plebeu. Que largou as ideias do Éden, do Pai e de Deus! Eu respondo por meus próprios desejos. Contra um mundo injusto e desigual.
2.
Movimento I: Lobos e hienas Aqui, onde os corações abutres não se cansam de bicar o pouco que sobrou de uma existência pútrida e fétida, está o suplício ao qual, ingenuamente, é chamado de liberdade; alforria ao qual é trocada por retalhos de felicidade. Uma noite com os lobos e você aprenderá a odiar a ração que te alimenta, a mão que te sustenta, que te faz sangrar. Aqui, onde os corações aflitos não se cansam de enterrar seus mortos em ventres inférteis nas mandíbulas da esperança, é preciso não ter caráter e saber usar as máscaras, refugiando-se para se revelar e rebelando-se para despistar. Por todas as partes o gosto do sangue. - Más ideias na cabeça! Nesta selva cinzenta, continuarás hiena, pronto a pilhar! Cólera aos ofícios, aos chefes e patrícios, aos mártires e sacrifícios! _________________________________ Movimento II: Evocação Tiros na resignação das almas sossegadas. Buracos no mundo, as janelas pro caos: "- Entre, impiedoso amigo. Dance! Ponha tudo em questão." "- Venha caprichosa noite com tuas roupas lascivas e negras. Mãe sóbria dos pulhas e criminosos, ensina-nos a se perder em teus jogos e danças e adentrar o firmamento de tua solidão, para assim se entregar as volúpias venenosas, aos pulsares vibrantes, as escolhas de cúmplices, as perdições em amantes." "-E neste mundo em ruínas estaremos sempre sós...recuperando a beleza (o perigo) de se sentir vivo." _________________________________ Movimento III: Chronos As garras do Passado pesam sobre nossas costas, conduzindo-nos à repetição na linha trágica e contínua do tempo. (Esse Tirano supremo dos dias...) Um a um, Ele transforma vivos em tristes sombras de mortos, em rascunhos de ideias que jazem em túmulos frios. No presente, uma sensação decadente para escapar da prisão e das amarras do Tempo Histórico impregna nossos corpos. - Chronos deve cair....! _________________________________ Movimento IV: A cadência do sacrilégio contra um universo frio Suicídio, humilhação, universo abatido pela depressão! Em um mundo onde o sacrifício rege a ordem sagrada do dia, medos se transformam em ídolos e são chamados de Deus! Eu carrego em meus olhos a vertigem e o desassossego. Carrego em meus olhos a cadência do sacrilégio. Um perigoso saber apreende o subsolo da mente humana, transgredindo o caminho sensato e respeitável das sombras de bem, enterradas em ocas promessas e de misérias morais reféns. Eu carrego em meus olhos desespero e inquietação. Carrego em meus olhos a cadência da profanação.
3.
O jogo subversivo se faz com os corpos quentes, inflamados pelas sensações, seduzidos pelo insurgir. Em uma luta que se estende contra formas de domesticações - que reduzem vidas em mercadorias numa lógica que valoriza o Capital. Somos corpos inquietos, que carregam a sedição. Somos corpos indóceis em rebelião. Cansados de tantos remendos na realidade (planejada) sob o controle de uma falsa consciência, que nos converte em restos do progresso, dentro de uma fábrica de Ideologias. Assolados por uma sociedade de classes: - a desgraça competitiva de todos os dias. A podridão dos cérebros adestrados, inertes no silêncio de si mesmos. Não acabou! A luta de classes continua! Nosso prazer se arma quando enfrentamos o medo na noite! Vândalos incendiários brincando com fogo, brincando com fogo esta noite!
4.
O consumo desenfreado te envolve num maldito esquema. Mão de obra semi-escrava; assalariada; sujeição. O impulso predomina, consumir é o lema. Meio ambiente destruído por mera ambição. O materialismo como um vício. Futilidade se tornando primazia. As corporações crescendo e lucrando. Antropocentrismo e sua decadência. Autodestruição não é suficiente para perceber o vazio desse mundo indiferente? Natureza aniquilada por um prazer doentio. Pense no necessário; ser livre do supérfluo.
5.
Eles sabem o que fazem quando seduzem a grande massa. O espetáculo se faz presente - um dos braços da dominação. Poder pelo poder, dinheiro pelo dinheiro; eles sabem o que querem quando nos vendem alienação. Seja uma ameaça contra a doutrina imposta. Cuspa o medo de volta quando respirar revolta. Sistema de controle fornecido pela repressão e suas prisões escondidas nos papéis sociais. Somos livres para escolher apenas quem nos governará - liberdade fascista desenhada pelo capital. Seja uma ameaça contra a doutrina imposta. O medo se despedaça quando respiramos revolta.
6.
Por que ser fiel a uma sociedade que não favorece nossas paixões? Por que se empenhar tanto numa ordem cujos prazeres são tão escassos? Eu não aceitarei migalhas! Eu não serei dócil! Quando nascemos, quando crescemos...a lição é (aprender a) se submeter. Dentro das igrejas, no meio das escolas ou em qualquer trabalho. Sempre existe um esquema que restringe a existência humana até à morte. Use suas fantasias para eliminar essa absurda lógica.
7.
Minta pra mim, alimente os meus desejos, respire as minhas alucinações quando eu estiver completamente eivado por orgasmos sobriamente imorais. Recupere tudo o que perdi para depois largar tudo novamente. Em nossas mentiras dançam as verdades que os santos temem e tentam esconder. Libere as fantasias. Abra caminhos nos horizontes onde sóis negros nunca se põem, numa paisagem onde muitos prudentes não reconhecem a própria devassidão. Esta manhã eu quebrei meu coração. Pus em prática toda desilusão. Fui incapaz de identificar o asseio que deveras tinha. Rindo, desfiguramos a moral cristã! Cultue o obsceno, cometa os crimes da carne, enquanto corpos em ebulição seduzem o seu olhar e infestam o ar com seus odores profanos. Sussurre em meus ouvidos, respire meus desejos, alimente minhas alucinações.
8.
Muros 01:53
Sinto-me distante, não reconheço o próprio reflexo. Fujo do “normal” me refugiando em alhures. Por um instante me sinto livre para ser quem eu sou, mas me dou conta de que os muros que eles inventaram estão a minha volta. Mais próximos do que imaginava, me sufocando cada vez mais. Estive no inferno e vi que ele não é diferente daqui. Vi que existe uma jaula (preparada) para cada ação humana, pois cada ação pode ser guiada por infinitas intenções, que colocam em cheque as regras desse Reino. O lugar onde a maioria é condenada a reproduzir os hábitos da servidão, os hábitos da desolação. Isso não é pra mim!

credits

released January 10, 2014

Recorded/Mixed at Fábrica de Sonhos by Pedro Silva (BRA)
Mastering by Cauê Xopô (BRA)

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